Sunday, December 11, 2005

Apresentam-se Tupa ou Sumé para suas Nacoes


Índia do Boi Caapora Doida, Berlin


Apresento-me nu e inteiro
Aos pés de Ci, a Mae do Mato
Na cabeca trago um cocar dos pásssaros
Mais belos nunca dantes vistos
Por branco nenhum com suas espingardas engatilhadas
Pintado tenho o meu corpo
Por urucum e jenipapo
Nos desenhos mais delicados
Que minhas cunhas pintaram
Com infinito carinho e prazer
Nas maos minhas armas
Que foram armas de meus antigos:
tacapé, , bodurnas, arcos e flexas
certeiros e mortais
Nas minhas palavras Raios e Trovoes
Que se arrebentam na terra.


Toda essa imensa Mata
É o meu continente
Como sao meus e de meus povos
Tudo que vive nasce, crese e e morre
E se trasforma em mata e mitos
naquela imensa Floresta
Assim como esse rio que corre
Em minhas veias e desagua além
Das possibilidades das nossas Lendas

Um rio que se precipita numa Cachoeira
E cria as racas humanas do norte
Agora vieram o Pajé e a grande Mae
de nossas Nacoes
para me saudar e fazer beber o cauim
E trouxeram os curumins e as cunhantas
Para serem iniciados na peleja da vida
E saberem dos segredos
Que habitam no ventre
Da grande Cobra que navega o Rio e o Céu…





1 comment:

Angela Ursa said...

Olá! Só hoje, depois que li um convite do pessoal da faculdade de Letras a você, descobri que você era o Adauto da Letras UFRJ :)) Não sei se você se lembra de mim. Eu sou amiga da Maira. Lembro bastante de você, da época em que você fazia teatro com o Zé Celso. Abraços!