Tuesday, March 21, 2006

Di-Poster 01


Di Cavalcanti
Di Glauber
Di Augusto
Di Anjos
Di Morte

Di Poesya
Di Nada


Marina Montini


O Globo, 21.03.2006


Morreu Marina Montini
A musa eterna e mulata
Do pintor Di Cavalcanti

(A primeira vez que Di Cavalcanti a viu
foi num imenso outdoor anunciando pneus.
Marina tinha 17 anos e era modelo.)

A primeira vez que vi uma imagem
De Marina Montini, eu era jovem e suburbano
E seu retrato, uma fotografia na revista Manchete
Me causou tanto impacto
Que fiquei sem dormir naquela noite
E também na outra noite
Remoendo um desejo enorme
Que nunca havia tido na minha vida

Foi o mesmo impacto que senti
Algum tempo depois
Quando vi a linda modelo negra Veluma
Sair esfusiante e toda colorida e brilhante
De um shopping em Copacabana
E apagar o tráfego e o sol de Copacabana
E era a primeira vez que eu ia a Copacabana

Foram imagens para sempre
Em minha alma e anima negras

Ontem Marina Montini morreu
Mas está muito viva nas eternas pinturas mulatas de Di Cavalcante
Nas imagens do filme de Glauber Rocha sobre Di Cavalcanti
No deslumbramento de Omar Shariff e Robert De Niro
No coração de tantos amantes e amigos/as
Dentro de mim e em meu poema agora...



"Mulata com Pássaro" - Di Cavalcanti

Monday, March 20, 2006

A Poesia e o seu Oculto




A poesia é necessária ou inútil?
Ela pode matar a fome de milhões de famintos pelo mundo?
A poesia pode libertar os presos de suas cadeias?
Ou pode tirar os meninos perdidos das ruas do Rio de Janeiro?

Por que escreve um poeta?
E o que leva uma pessoa como um ser humano qualquer
Se auto declarar poeta?
Quem disse a Carlos Drummond de Andrade
ou a Frederico Garcia Lorca
Que eles eram poetas?
E para que eles serviram?
Frederico Garcia Lorca foi fuzilado na Espanha
Porque era poeta?
E o poeta russo Maiakovski se matou porque
Se sentia poeta ou foi por um drama íntimo qualquer
Ou desenganado com os rumos da Revolução russa?

E eu mesmo, que nessa noite fria de Berlin
Combinando essas palavras nos teclados de um computador
Serei nesse momento um poeta?
Ou serei apenas um aflito ser que nas emboscadas
Das horas que martelam como um zug*
Nas incertezas de meus momentos mais íntimos
Ou das revoltas internas com as políticas cínicas de meu país
Persigo ser um poeta sem saber ao certo
O que isso siginifica para tantos outros dramas na humanidade?

E se uma bomba poderosa, clara e objetiva
Explodir entre os intertícios das ameaças entre o Irã e o EUA
Que poeta ainda vivo contará com palavras nucleares
A grande tragédia galopante, ardente e exterminadora ?
Que poeta será esse da humanidade e de que continente ?
Será mesmo um poeta ? O que será isso?


Fotos: Ras Adauto
Maquiagem: Westerley Dornellas

*Zug = Trem expresso alemao interestadual

O Bonde dos Meninos contra o Caveirão

Olha o Caveirao aí, gente!!!

A Infância perdida ou o Bonde dos Meninos contra o Caveirão

"Alto-falantes montados na parte externa do veículo anunciam repetidamente a chegada do caveirão: "Crianças, saiam da rua, vai haver tiroteio" ou de forma mais ameaçadora: "Se você deve, eu vou pegar a sua alma". - Fonte: Justiça Global:


“Eu quero destruir o Caveirão
Ele já matou muita gente na favela”
Diz o menino do bonde-mirim
Para o repórter do jornal O Dia

Eu quero destruir o Caveirão
O Bicho Papão nos pesadelos das crianças da favela
O menino então simula uma guerra de polícia
Sem tréguas nas vielas do morro
Com pedaços de pau
Que são seus fusis e morteiros

E dá uma ordem como um comando treinado
À sua tropa de meninos do bonde:
“Depois do destruir o Caveirão
Vamos detonar o Bope
E depois derrubar o Bisourão do Exército
Que dá rasantes na favela...”

(Ras Adauto, 19.032006)

..................................................


Foto: Agencia O Dia

No Morro da Providência, palco dos maiores conflitos entre Exército e traficantes durante as operações de busca dos dez fuzis e uma pistola roubados de um quartel, a guerra cotidiana já afeta até o imaginário das crianças. O Caveirão, carro blindado usado pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM, usado em outras operações na favela, virou recurso para as mães assustarem os filhos mais levados.

— Agora, a gente nem precisa botar as crianças de castigo. É só dizer: “Cuidado que o Caveirão está vindo”. Eles não saem de dentro do quarto de jeito nenhum — conta uma moradora da Providência que, como praticamente todos na favela, teme se identificar.

Os moradores explicam que o medo das crianças não é à toa. Nas incursões do Bope, elas seriam chamadas por policiais no alto-falante do veículo de “sementes do mal”. Na Favela Nova Holanda, como protesto, moradores montaram, no dia 22 passado, o mural da violência, repudiando o uso do Caveirão. Uma semana depois, o mural foi atingido por tiros, possivelmente, dados pela PM. Para Jailson, só o formato do Caveirão já agride:

Histórias dos cariocas que vivem na zona de guerra

Ruben Berta e Vera Araújo

http://oglobo.globo.com/jornal/rio/192330082.asp

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Rio de Janeiro: Campanha Contra o Caveirão

Enviado por mtst em Sex, 10/03/2006 - 18:01.

O caveirão e o policiamento no Rio de Janeiro:"Vim buscar sua alma"


(...) O caveirão é um carro blindado adaptado para ser um veículo militar. A palavra caveirão refere-se ao emblema do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), que aparece com destaque na lateral do veículo.

Nas operações realizadas pelo caveirão, a polícia faz ameaças psicológicas e físicas aos moradores, com o intuito de intimidar as comunidades como um todo. O emblema do BOPE - uma caveira empalada numa espada sobre duas pistolas douradas - envia uma mensagem forte e inequívoca: o emblema simboliza o combate armado, a guerra e a morte.

O tom e a linguagem utilizados pela polícia durante as operações com caveirão são hostis e autoritários. As ameaças e os insultos têm um efeito traumatizante sobre as comunidades, sendo as crianças especialmente vulneráveis. Alto-falantes montados na parte externa do veículo anunciam repetidamente a chegada do caveirão: "Crianças, saiam da rua, vai haver tiroteio" ou de forma mais ameaçadora: "Se você deve, eu vou pegar a sua alma". Quando o caveirão se aproxima de alguém na rua, a polícia grita pelo megafone: "Ei, você aí! Você é suspeito. Ande bem devagar, levante a blusa, vire... agora pode ir...".

O governo do Rio de Janeiro diz que um dos principais motivos para a utilização do caveirão é a proteção dos policiais em operações nas comunidades, mas por trás dessa justificativa, esconde-se uma ação militarizada baseada na noção da letalidade policial apresentada como eficiência, onde o "inimigo" deve ser eliminado. Encurralados entre a polícia que ataca as favelas e os traficantes que aí se instalaram, as comunidades mais pobres do Rio estão sendo vitimizadas e associadas ao crime.

A adoção dessa política de segurança pública que combate a violência com violência, utilizando uma estratégia de confrontação e intimidação, pouco colabora para a segurança dos policiais, que têm morrido muito mais fora das operações policiais, no chamado "bico" ou em episódios de vingança.

A polícia tem o direito legítimo de se proteger enquanto trabalha. Mas também tem o dever de proteger as comunidades que está servindo. O policiamento agressivo tem resultado em grande sofrimento para as comunidades pobres do Rio, bem como sua perda de confiança na capacidade do estado de manter e garantir a segurança.

A polícia mata centenas de pessoas a cada ano no Rio de Janeiro. Os padrões de investigação são baixos e, na maioria dos incidentes, os policiais envolvidos acabam impunes. A polícia declara repetidamente que as vítimas eram traficantes de drogas que morreram durante um "confronto". Oficialmente, estes episódios são registrados como autos de resistência, uma categoria abrangente que subentende o uso de auto-defesa por parte da polícia. No entanto, em inúmeros casos, existem indícios de que ocorreram execuções extrajudiciais e uso excessivo de força.

Com o caveirão, tornou-se extremamente difícil responsabilizar a polícia em casos de violência. Embora, em teoria, devesse ser possível, através de investigações balísticas, traçar a origem das balas para as armas individuais que as dispararam, na prática este procedimento não é usado e raramente são feitos exames. O anonimato dos policiais quando operam dentro do caveirão agrava o problema. Em conseqüência, os policiais atiram nas comunidades de dentro do caveirão sem medo de serem identificados e processados.

Para as organizações que promovem essa campanha, o caveirão é um símbolo poderoso das falhas da política de segurança pública do Rio de Janeiro. A segurança para todos jamais será alcançada através da violência e da intimidação. Uma política inclusiva de segurança pública, baseada em técnicas de investigação e no respeito pelos direitos humanos, tem que ser introduzida sem demora. Somente então acabará o ciclo de violência no Rio de Janeiro.

A campanha será lançada simultaneamente no Rio de Janeiro e em Londres, na próxima segunda-feira, dia 13 de março. No Rio de Janeiro, o lançamento será às 15 horas, em frente à Câmara Municipal, na Cinelândia.

A Anistia Internacional coordenará uma campanha de remessa de cartões postais à governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus. As organizações brasileiras vão coordenar a coleta de assinaturas de um abaixo assinado pedindo o fim da utilização do caveirão.

Maiores Informações: redecontraviolência@grupos.com.br | global@global.org.br

Fonte: Justiça Global:

Av. Beira Mar, 406 sala 1207

20021-900 - Rio de Janeiro - RJ
Tel.: + 55 21 2544 2320
Fax: + 55 21 2524 2485



Saturday, March 18, 2006

O menino que veio da Lua


Leon Oranian, o menino com cara de Urso

O menino que veio da lua
O menino que veio da lua
O menino que veio da lua
O menino tem cara de lua
O menino que veio da lua

Ele gosta de soltar pipa
Ele gosta de jogar bola
Ele gosta de corre-corre
Ele gosta de pega-pega
Ele gosta de jogar games
Ele gosta de computador
Ele gosta de rodar pião
Ele gosta de bolinhas de gude
Ele gosta de ver televisão

O menino que tem cara de lua
O menino que veio da lua
Será que ele gosta de estudar
Será que ele gosta de ir para a escola
Ou só gosta de ficar na rua?

(com a participação especial no poema de Leon Oranian,
o menino com cara de Leão)


O menino com cara de Urso e seu amiguinho Valentin Vampirinho

Friday, March 17, 2006

Anjo Malaika




Malaika
Meu Anjo
Da Afrika
Amo você
Malaika!

Malaika
Anjo de Marfim
E Ébano
Amo você
Malaika!

Malaika
Anjo da Áfrika
Sem Fome ou Cólera
Aids ou Malária
Amo você
Malaika!

Malaika
Anjo da Áfrika
Na porta da Guerra
Dos seus filhos
E filhas
Um dia em Paz
Amo você
Malaika!

O Monstro da Amérika


Era uma vez
Um grande monstro tecnológico
Que saiu de seu buraco nojento
Na América do Norte
E tentou devorar
O mundo todo

Esse monstro era faminto
E muito cruel
Cuspia fogo e metal
Sobre as outras civilizações
E rugia rancoroso e arrogante
Que ele era a liberdade
E a democracia...


A Guerra e as Guerras


51Adca9a57


Construo uma guerra

Entre a minha guerra particular
E todas essas guerras absurdas
Nesse momento na humanidade

E por trás de um bunker vivo e pulsante
Dentro da minha guerra particular
Recuso-me a participar
De todas essas guerras absurdas
Desse momento da humanidade

E dali espalho o Amor
Conforme se precisa
E a minha guerra não é mais
Uma guerra particular
Nem uma guerra absurda
Nesse momento da Humanidade

Noturna trama



Noturna trama:
a luz que queima
em silencio
enquanto ouvimos os anjos
nos intertícios
tocarem seus violinos
deus se escondeu
nas pregas
e tinha tédio do mundo
o amor foi dormir
mais cedo
e esqueceu o livro
aberto como uma porta
uma pequena aranha
espiou do teto
e teceu uma
outra noturna teia

- o vinho se sonhou na taca...

O grafite


Foto: Ras Adauto, Berlin 2006


a palavra no muro
o poema na carne
o silêncio na noite

(poema escrito em parceria
com meu filho Leon Oranian)

Tuesday, March 14, 2006

A Criação dos Haliti-paresis



Max/Indios

(O mito do surgimento dos Parecis, versao Ras Adauto)

No início do mundo
Bem no princípio de tudo
Um belo e grande pássaro
Vindo das matas infinitas
Pousou sobre a rocha que flutuava
No rio Sakuriu winã
Com seu longo e afiado bico
Fez uma rachadura na pedra
Criando uma fenda-caminho
Entre a superfície e o subtarraneo
Do mundo que lá dentro se escondia
E de repente, numa mágica soberba e brilhante
Brotaram daquela fenda
Os primeiros seres do povo haliti
Conduzidos orgulhosamente por Wazare
E uma pedra-ponte muito antiga
E talhada com arte e minúcias
Ligando as duas margens do rio
Marca e relembra para todo o mundo
O local sagrado desse nascimento.

Hoje esses índios são os perecis
Escravizados pelos bandeirantes
No século VXII.
..........................

PARESI
- Onde habitam : Município de Tangará da Serra, Chapada dos Parecis, Mato Grosso
Outras denominações : Pareci, Haliti
População : Cerca de 1.300 índios
Língua : Aruák
Atividade predominante : caça, pesca e coleta de frutos silvestres

Curiosidade : Para os Paresi, a bola tem suas peculiaridades, feita por eles, com seiva de mangabeira, um tipo de látex, e mede cerca de 30 centímetros de diâmetro. Eles também praticam o Xikunahity, futebol de cabeça. Vivem na Terra Indígena Paresi, um território de matas, campos e cerrados no município de Tangará da Serra, região do Médio - Norte do Mato Grosso, e Chapada dos Paresis, região de matas, campos, cerrados, montanhas e planaltos, assentada nos divisores das bacias dos rios do Prata e Amazonas. Esses índios sofreram com a abertura da BR-364, ligando o país de norte a sul atravessando seu território. O contato trouxe doenças e grandes perdas de terras, cultura e valores étnicos que eles lutam para preservar até hoje. Segundo o mito da criação, os Paresi saíram de dentro de uma pedra no Campo Novo dos Paresis liderados pela entidade mítica Wazare e se espalharam pela chapada dividindo-se em três grupos: os Kaxiniti (parte oriental), os Waimaré (central) e os Kozarini, (ocidental).

http://www.arara.fr/BBTRIBOS.html

Saturday, March 11, 2006

Poemas deste sábado



O Relógio do menino

O relógio do menino
Moe as horas
Como um brinquedo
De cordas
Tic-tac
Tic-tac
É o grilo das horas
Fazendo uma farra
Passando passando
O menino sabe
Que seu relógio
É perene
Mas as horas não
Tic-tac
Tic-tac
É o grilo das horas
Avisando ao menino
Distraído
Que a vida urge
........

A neve de hoje sábado 11 de marco de 2006

Olho a neve de Berlin cair
Toda branca imaculada e fria
De minha vidraça
No andar térreo
Desse velho edifício
Do tempo da guerra
Faço um bom café
Que tempero com mel
E falo para meu filho
Brincando na sala:
No Brasil - mein Heimat
É o sol quem faz a festa
E nunca é triste
Como isso aqui
Mas a neve resoluta e insistente
Com seu manto branco e gelado
Cobre as bicicletas estacionadas
Na entrada do prédio
E o café quente e revigorante
Desce sambando
Pelas minhas entranhas
E por um momento
Acho tudo aquilo bonito.
...........

Poética

Cada palavra
Tem a sua sina

Uma para o encanto
Outra assassina

Cada palavra
É uma armadilha de deus
Em sua cruel brincadeira
De esconde e revela

Quanto a nós poetas
É fazê-las de linha e agulha
Para tecer a colcha de retalhos
Da nossa grande boda
Ou da nossa mortalha

Cada palavra é uma súbita
Entre um deus cruel
E uma humanidade
Que se constrói
Ou que se assassina

Cada palavra
É um veneno
Ou um antídoto...
...........

O Preso Político


Vieram os soldados
E o levaram preso
Pelo caminho até a prisão
Ele ria cheio de felicidade
Que mais parecia
Um louco varrido
Um dos soldados curioso
Lhe perguntou:
Porque ris tanto
Quando podes até ser enforcado
Por todos os seus crimes subversivos
E pelas suas ações políticas

E o preso político respondeu:
Vocês estão prendendo meu corpo
Mas meu coração não
Nem as minhas idéias
Nem a liberdade de meu pensamento
Que já não estão mais aqui
Vocês e seu governo
Estão perdendo tempo comigo
Conduzindo um corpo oco
Como uma mula velha
Vocês todos estão loucos...

Wednesday, March 08, 2006

Lula nas Terras da Rainha da Inglaterra


Presidente em reunião com líderes dos partidos oposicionistas


- "Aí, eu cheguei pro FHC e disse: cai dentro se você é homem!"
- "É mesmo...?"




Lula coloca uma coroa de flores em túmulo de soldado desconhecido na abadia de Westminster.


O soldado ao lado: - “Não peida agora não, hein presidente, a abdia está cheia!... e o abade está logo ali atrás!”


Lula e Marisa Letícia observam objetos da coleção da realeza inglesa


D. Marisa: - “Ih! Aqui... que aranhão!...”
A Rainha: - “É... Pegamos lá no quintal de vocês!”
O Presidente: - “Pó... cabeludona!”




Lula e Marisa Letícia fazem visitam a abadia de Westminster


O Abade: - “Isso aqui não é uma fantasia do Salgueiro, seu Lula!”




Lula e o duque de Edimburgo observam a guarda de honra


O Presidente: - “Maneiros, esses soldados de voces, hein seu duque!”




Lula e a rainha Elizabeth II trocam comprimentos


A Rainha: - “E aí, seu operário. Como vamos?!”...
O Presidente: - “E aí, dona rainha... quando vai o pintar o scoth...tô de bico seco...”



Fotos: Agencia O Globo
Roteiro: Zé Mané do ABC

Tuesday, March 07, 2006

Daila Lama


Tenzin Gyatzo, 14. Daila Lama


Todo Dia
é Dia...

Todo Dia
Bom Dia!

(Ras Adauto, 1992)

**************

"A compaixão, a tolerância e o cuidado com o outro
é que podem promover saúde. É essa a mensagem do lama."

- in JB Online, Caderno Domingo, 06.03.2006

Metal Grobalization


Morro da Providencia
(uma Favela ocupada)

Deuses, loucuras e samba




"Só acredito num deus que saiba dançar" - Nietzsche


A quem deus quer destruir,
primeiro o enlouquece
Depois o faz dançar
Mas de qual deus estamos falando?
Há tantos deuses quanto danças no universo
E em todos os continentes
Há os loucos que escutam as vozes
Dos deuses
E inventam danças sublimes
Como o samba
Um espécie de loucura coletiva
Que até os deuses querem dançar.

Monday, March 06, 2006

O Horror Tropicanalista


"Eu sou a besta do apocalipso nacional
eu sou a vinganca do demonio de Curitiba
eu sou o serial-killer do Largo da Carioca
eu sou o belzebu de Sao Paulo
eu sou o Anhangá de Manaus
eu sou o Nosferatu do Pau Brasil
eu sou o Exú-Rei das terras brasilis
eu quero é mel

Eu Quero é Mel!!!!..."

(Zé do Caixao, psicografado pelo Exú Ras Adauto das 7 Encruzilhadas)


Zé do Caixao ataca novamente: eu sou a fera e a fúria

O horror nacional tropical espanta o homem-aranha
nas telas de tvs à tarde o sangue jorra para as criancinhas hipnóticas
os vampiros vem às noites beber sangue com as tele-novelas
zé do caixao passeia pelas pracas públicas
e faz um carnaval nas carnes das putinhas vips
dos camarotes globais
tudo é fotografado e videointernetado em digitaisimagens
para o regozijo de pedófilos evangélicos
e deputados onanistas do planalto central
e logo mais à meia-noite
encarnarei em seu cadáver
e dancarei um samba rasgado
sob o túmulo do Cardeal Leme.

Thursday, March 02, 2006

Unidos de Vila Isabel


Soy Loca por ti America
Enquanto trocamos petróleo
por sangue de negros
e cabecas de índios...