Wednesday, January 18, 2006

Bandeirianas: Dramas da Nossa Gente


Drama Ululante 1


Carmelita amava desesperadamente Juvenal
Carmelita trabalhava como doméstica
em casa de madame em Copacabana
Juvenal era estivador do Cais do Porto

Um dia Juvenal disse para Carmelita que ia embora
porque estava amando Dulce Maria
uma baiana recém-chegada.

Carmelita sofrida foi consultar
com o Pai Ambrózio do "Arranca-Toco"
que mandou Carmelita fazer um despacho
para Maria Mulambo numa encruza
na última sexta-feira do mes.

Carmelita fez a Macumba
mas... não adiantou nada!

Desesperada por seu amor perdido
Carmelita tocou fogo em Juvenal
e pulou
da passarela 7
na Avenida Brasil.
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Drama Ululante 2
(da minha infância)


A luz fria sempre refletida
sobre a poça de sangue
que se coagulava no chão da cozinha
do barraco revirado

O assassino era um paraíba sarará
a mulher morta, uma negra de Itaboraí.

A gente foi olhar o corpo
caído em decubito dorsal e seminu
exposto para toda a favela do Vintém

O assassino disse ao jornal O Dia
que a mulher o havia traído
com muitos outros homens da favela
aí ele não aguentou a "vergonha"

Ela era muito bonita
e tinha uma conta de Oxum
no pescoço
e as unhas pintadas de azul celeste.
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Drama Ululante 3


- Menino, me dê essa automática!

- Isso é um assalto, tiu!...

- Cadê o seu pai e a sua mãe?... eles sabem que você
está com essa 9mm, privativa das forças armadas?

- Tiu, isso é um assalto!

- Quem te deu essa arma, Menino?

- A s s a l t o, tiu!... O sr. fala muito, tiu!

Pow! Pow! Pow!

- Isso era um assalto, tiu!!!...

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