Wednesday, January 25, 2006
Arte Poética
Leon na performance-instalacao "Bolha-d´agua"
ou "a Poética do Mergulho na banheira"
Esquece todos os poemas que fizeste.
Que cada poema seja o número um.
(Mário Quintana)
O poema não se explica
Como não se explica o acaso de um dado lancado
Como não se explica o caos da natureza
Como não se explica um amor repentino
No alvorecer da adolescência de uma menina
Todos querem explicações de tudo
E quando não tem explicação nenhuma
Entram naquela agonia da ignorância
E criam teses absurdas
E assim se criam esses ridículos doutores
Que tentam explicar até o peido
Dado em um elevador lotado
No centro da cidade
O poema não se explica
Como não se explica de repente
O leão amanhecido em seu quarto
No quinto andar de um prédio
Da Vila Isabel de Martinho e Noel Rosa
...................
O que
Dói
Não se
Remói
A noite
Toda
Se abisma
Na mesma
Dor
De sempre
Como um
Buda
Que se medita
Em sua
Própria
Dor
Iluminada
O que
Dói
Dói
O que
Fica
Na verdade
É a
Dor
Original
Ainda bem
Que vovó
Saravou
E a Dor
Virou
Cangerê
De se
Viver
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