Tuesday, September 29, 2009
Poema de Lúcio Congo
Poema de Lúcio Congo, 90 anos:
"Casa de mulato, terreiro de negro,
toda a fazenda e as terras de branco.
Cade, Tumbajuçara?:
- Tá na mataria!"
Friday, August 28, 2009
Uma poética do desejo
Tuesday, July 14, 2009
Wednesday, July 08, 2009
Musik
Thursday, May 28, 2009
Balada do amor fugido
Um dia o meu amor
Fugiu de entre meus dedos
Como um passarinho
Ontem recebi um e-mail seu:
Amor, estou em Paris
Feliz da vida
Com a minha intensa solidão
Espero que estejas bem
E não deixe de alimentar
O papagaio Oswald
E o meu cachorrinho Veludo
Não sei quando volto
Ou se volto
Beijos
Sai na noite e fui
A um bordel
Onde afoguei as minhas máguas
Numa carne viciada
E profunda como um mar
Um pianista cocaínomano
Tocava uma música brega
Tentando alegrar
Aquelas solidões absurdas
Que agonizam ali
Entre copos de conhaque e whiski baratos
Carreiras de pó
Mortes lentas e desenganos
Senti-me um anjo negro naquela noite milagrosa
Na madrugada de insônia e paranóias
Mandei um e-mail ao meu amor fugido:
Amor, morri! Meu enterro é daqui a pouco
Não me mande flores nem ladainhas
Até já!!!!
O silencio, então,
Tocou a sua sinfonia.
Monday, May 18, 2009
Wednesday, March 11, 2009
Sunday, March 01, 2009
Wednesday, February 25, 2009
O rodo cotidiano
Foto: Dj the Lengedary cRc
Era o rodo cotidiano
De arroz com ovo frito
O trem lotado e o funk na ponta da língua
Mas não sou avião à toa
Na laje lá de casa
Meninos soltam pipas
E lá no Brasil da Central
O camelo-avião corre azuado
Dos cavalos corredores
Vestidos de preto
E crachás onde os nomes
ninguém consegue ler.
Ras Adauto
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(com Falcao, Maria Rita e o Rappa)
Tv Odia
http://mediacenter.db4.com.br/?id=1047
Monday, February 16, 2009
Um disco para reviver a música do poeta Cacaso
Cacaso foi um grande poeta e amigo que encontrei através da Heloisa Buarque de Hollanda. Na época, 1974, eu era aluno da Heloisa na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que ficava ali na Rua Chile s/n. Nós faziamos parte do dito "Movimento da Poesia Marginal", que foi muito polemico na época. Desse movimento surgiram figuras famosas como Chacal, Charles, Bernardo Villena, Chico Chaves, Ronaldo Santos, entre outros/as. Esse movimento culminou na publicacao da famosa e muito criticada antologia poética "26 Poetas Hoje", que Heloisa editou para uma editora Espanhola que se instalava no Rio de Janeiro em 1975. Sendo o primeiro livro de estréia dessa editora. A antologia 26 Poetas Hoje- marcou época ao apresentar a poesia marginal, trazendo, em plena vigência da censura, o testemunho da geração AI5 e sua dicção coloquial, irreverente e bem humorada. Uma obra clássica para os interessados em poesia contemporânea, agora revista e já em terceira edição. Participam desta edição Ana Cristina César, Cacaso, Torquato Neto, Chico Alvim, Geraldo Carneiro, Waly Salomão, Chacal, Bernardo Vilhena, Capinan, Adauto, entre outros. - Ras Adauto Berlin
Um poema meu dessa Antologia:
Urbanóide
"a mão rápida do pivete agarrou a bolsa da velha
a velha teve um troço y caiu babando na rua
rápido o pivete atravessou a Avenida Rio Branco
duas horas depois o rabecão veio buscar a velha
o sol brilhava insistentemente sobre a metrópolis"
3 Poemas de Cacaso
Descartes
Não há
no mundo nada
mais bem
distribuído do que a
razão: até quem não tem tem
um pouquinho
Fatalidade
A mulher madura viceja
nos seios de treze anos de certa menina morena.
Amantes fidelíssimos se matarão em duelo
crepúsculos desfilarão em posição de sentido
o sol será destronado e durante séculos violas plangentes
farão assembléias de emergência.
Tudo isso já vejo nuns seios arrebitados
de primeira comunhão.
Lar doce lar
(para Maurício Maestro)
Minha pátria é minha infância:
por isso vivo no exílio
|
"O poeta Charles, em artigo publicado no Jornal do Brasil, em 1986, disse que a “literatura marginal” escrita nos anos 70 está balizada por duas mortes: a de Torquato Neto (“e vivo tranqüilamente todas as horas do fim”), que marca o melancólico início, e a de Ana Cristina César (“Estou muito concentrada no meu pânico”), que chama a atenção para o gran finale de sua geração.
Nos anos de chumbo, período da ditadura militar instaurada a partir de 1964, surgiu uma geração de poetas que ficou conhecida pelo nome de “geração mimeógrafo” ou “geração marginal.” Geração mimeógrafo pela característica de produzir suas obras: edições independentes, de baixo custo, comercializado em circuitos alternativos, gerada de mão em mãos – particularmente em bares e universidades. Nesse contexto de ditadura e desbunde é que surgiu o poeta Cacaso.
Antonio Carlos de Brito, ou Cacaso, nasceu em 13 de março de 1944, Uberaba (MG), professor universitário, letrista e poeta. Depois de viver no interior de São Paulo, mudou-se aos onze anos para o Rio de Janeiro, onde estudou Filosofia e, na década de 1970, lecionou Teoria da Literatura e Literatura Brasileira na PUC-RJ. Foi colaborador regular de revistas e jornais, como Opinião e Movimento, tendo, entre outros assuntos, defendido e teorizado acerca do cenário poético de seus contemporâneos, a geração mimeógrafo, criadores da dita poesia marginal, que ganhou publicidade com a antologia 26 Poetas Hoje, organizada por Heloisa Buarque de Holanda."
- Cacaso um Marginal Transgressor
Gilfrancisco Santos
Jornalista, pesquisador e professor universitário.
http://www.revistaetcetera.com.br/21/cacaso_gil/index.html
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Domingo, 11 Janeiro, 2009
Um disco para reviver a música do poeta Cacaso
De todas as notícias que dei na última edição impressa da coluna Estúdio, na sexta-feira 9, a que mais me deixou feliz foi a produção de um disco em tributo a Cacaso (1944 - 1987), que, além de poeta e magnífico letrista de MPB, vem a ser também o pai de Pedro Landim, colega do jornal O DIA. Sempre curti a poesia cortante e concisa de Cacaso, letrista de músicas como Amor Amor e Face a Face, gravadas por Maria Bethânia e Simone nos anos 70, respectivamente. O CD, idealizado e produzido por Heron Coelho de seu próprio bolso para reavivar a obra musical de Cacaso, já está em fase final de gravação e sai este ano. Duas gravadoras, Biscoito Fino e Lua Music, já estão no páreo para ter o privilégio de editar o CD Cacaso - Letra e Música. O time de músicos e cantores envolvidos no disco é de primeira e inclui alguns parceiros de Cacaso como Francis Hime, Sueli Costa, Zé Renato e João Donato. Eis a lista de músicas, autores e intérpretes deste álbum muito bem-vindo:
O Terceiro Amor (Francis Hime - Cacaso) - Francis HimeDentro de mim Mora um Anjo (Sueli Costa - Cacaso) - Olívia Hime
Triste Baía da Guanabara (Novelli - Cacaso) - Fabiana Cozza
Meio Termo (Lourenço Baeta - Cacaso) - Cida Moreira
Lero Lero (Edu Lobo - Cacaso) - Olívia Byngton
Ribeirinho (Francis Hime - Cacaso) - Olívia Hime
Chega de Tarde (Danilo Caymmi - Cacaso) - Danilo e Dori Caymmi
Eu te Amo (Sueli Costa - Cacaso) - Renato Braz
Andorinha (Novelli - Cacaso) - Ana de Holanda, Novelli e Pií Buarque
Das Dores (Cacaso - Zé Renato) - Zé Renato
Profunda Solidão (Novelli - Cacaso) - Cristina Buarque
Canção do Desamor Demais (João Donato - Cacaso) - Miúcha e João Donato
Louvar (Zé Miguel Wisnik-Cacaso) - Ná Ozzetti e Zé Miguel Wisnik
Clarão (Olivia Byington - Cacaso) - Ana Luíza e Luiz Felipe Gama
Refém (Carlinhos Vergueiro- Cacaso) - Carlinhos Vergueiro
Amor Amor (Sueli Costa - Cacaso) - Célia e Nelson Ayres
Dono do Lugar (Edu Lobo - Cacaso) - Cida Moreira
A Fonte (Nelson Ângelo - Cacaso) -Nelson Ângelo e Joyce
Tristorosa (Villa-Lobos - Cacaso - Amélia Rabelo
Face a Face (Sueli Costa - Cacaso) - Sueli Costa
http://odia.terra.com.br/blog/estudionline/
Foto Cacaso: Arquivo Particular
Monday, February 09, 2009
Eu quero é Mel!
Foto: Ras Adauto Berlin
eu quero é mel
melado maná melancia
eu quero é o movimento
samba no pé alegria
não quero pulgas carrapatos
ou percevejos
na minha cama bem dormida
ou sugando a minha pele preta
nem vampiros rondando
minhas noites voluptuosas
beijos virtuais? – depende
eu quero é carne pura
amor de agito presente
sonhos que se dissolvem
no vinho e numa bela buceta
êxtase palavra solta
pásssaros da madrugada
a caminho do norte
eu quero é mel
morte súbita
prazer refeito nas horas
colapso viscoso
entre as pernas
daquela garota funk...
Saturday, January 31, 2009
Natureza Naturalmente
índia da raposa serra do sol -
http://tvecologica.wordpress.com/2008/08/
naturalmente
nós indios olhamos a natureza
como a natureza
nada a ser explorado
nada a ser vendido
nada a ser destruido
simplesmente
n a t u r e z a
nossa casa
e para onde voltamos
o sol brilha
sobre a nossa natureza
mas na raposa serra do sol
juízes de brasília
decidirão
se a natureza
seria mesmo nossa
enquanto serras elétricas
avançam em outras
naturezas da amazonia
e nossos parentes
vão à Belém do Pará
no forum social mundial
dar um qualé
na humanidade geral
e no brasil
em natureza particular
e mundial...
Ras Adauto,
Índio Metropolitano Berlin
29.01.2009
Friday, January 23, 2009
Cena de um Baile de Posse
The New York Times
Cena: baile animado e concorrido da posse de Obama.
Uma luz suave se debruça sobre o casal elegante e delicado
que baila no centro da pista. Os dois estão enamorados e felizes, observados por olhos curiosos, embevecidos. Alguns olhares são de inveja.
A cantora Beyoncé canta sublime uma música romantica,
que embala o casal, que ropodia na pista. Uma vez ou outra
Obama pisa na barra do longo vestido branco de Michelle.
Tudo parece um sonho, melhor filme que Hollywood nenhum
pôde realizar.
Michelle se aconchega mais ao corpo do marido e sussurra
em seus ouvidos:
- Puxa, Obama, conseguimos! Valeu a pena essa luta toda,
né, querido?
Obama dá uma bicota leve em Michelle e responde:
- Pois é, meu amor, valeu a pena! Mas tomara que eles
nao atirem na gente...
Pano rápido
Ras Adauto Berlin
23.januar.2009